CRIANÇAS INFELIZES
Nascemos, crescemos somos crianças sem esperanças, sem casa,
tendo como moradia a rua suja e fria. Sem casaca, sem cobertor, sem pátria,
pois as autoridades não nos veem como seres humanos, e sim como menores sem
lar, ausentes de amor e de compaixão. Sem parentes, sem destinos, entregues ao
acaso e ao mundo cruel e desumano. A fé se esvai no sofrimento diário, na fome
que dilacera nossas forças de corpos esquálidos, depauperados, sujos,
desnutridos e esquecidos da sociedade. Estamos sem esperanças e a opção é a
compaixão das pessoas de bom coração que se alicerçam na caridade e na
fraternidade.
Parece que o futuro esvaeceu e não sabemos se o mesmo existe não temos
segurança, pois a nossa vida miserável já é uma extensa insegurança. Nós vivemos
um presente de sofrimento com diretriz na esperança de dias melhores. O que
fazer? Não sabemos. Já ouvimos na nossa inocência falar de um velhinho que
presenteia crianças pobres, ricas e numa criança que veio ao mundo para nos
salvar. Tudo é diferente para nós. Precisamos de uma escola que nos receba e
que possamos saciar a nossa fome com a merenda escolar. Não queremos ser
escória da sociedade e sim homens de bem, pois a cada dia que passa tiramos do
nosso pensamento a ideia de praticar o mal.
Estamos carentes de luz e nossos descansos além dos viadutos
sujos e fétidos são à base de papelões e jornais velhos que encontramos rolando
pelas ruas. Será que vamos morrer ao léu sem encontrar um abrigo e um coração
cheio de esperanças para nos confortar. Temos que cumprir a lei, senão iremos
parar nas grades das delegacias de proteção das crianças abandonadas. O que nós
queremos saber ainda é incógnita. Quando entramos em desespero vamos buscar
alento no mar ao sabor do vento que nos revigora um pouquinho. Ouvimos falar
sobre o natal e o que será? Alguém respondeu: é o dia onde comemoramos o
nascimento do Cristo, redentor e salvador do mundo. Nossos corações pulsaram de
alegria. Será que esse bondoso homem poderá nos tirar desse sofrimento
desumano? Com certeza retrucou outra pessoa.
Crianças estamos aqui para lhes ajudar. Somos voluntários e
nossa missão é amparar todos os necessitados que encontramos por nossas
andanças. Obrigado senhores só assim iremos ser contemplados com um local onde
possamos saciar nossa sede, nosso sofrimento e matar a nossa fome. Não somos
vermes, somos seres humanos e merecemos respeito e auxílio dos mais
aquinhoados. Enfim, Jesus Cristo se lembrou de nós. Um senhor nos falou que ele
pronunciou uma linda frase.
E nós perguntamos qual foi? “Deixai vir a mim as criancinhas,
pois elas herdarão o reino dos céus”. Obrigado por nossa acolhida, pela bondade
em nos acolher queremos estudar e viver nova vida, pois almejamos um dia sermos
cidadãos de bem. Que Jesus neste natal abençoe todas as crianças independente
de cor, credo, condição social. Agrademos a todos que praticam trabalhos
voluntários, eles são anjos que lutam pelos carentes, estropiados e os
esquecidos dos egoístas, ambiciosos e dos sem coração.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES – FORTALEZA/ CEARÁ.
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